
O filme Cruella, lançado em 2021, conquistou fãs e críticos por seu estilo ousado e uma abordagem inédita sobre uma das vilãs mais icônicas do universo Disney. Ao explorar o passado de Cruella de Vil, a produção não apenas recria uma narrativa clássica, mas também redefine as origens da personagem com uma estética marcante e atuações de destaque. Dirigido por Craig Gillespie e estrelado por Emma Stone, Cruella mergulha no glamoroso e rebelde cenário londrino dos anos 70, onde a moda e a subversão caminham lado a lado, criando um espetáculo visual e emocional para o público.
Sinopse
Ambientado na vibrante Londres dos anos 1970, Cruella segue a trajetória de Estella, uma jovem criativa e cheia de ambição, que luta para encontrar seu lugar no mundo da moda. A personagem sempre se sentiu diferente e com uma atração peculiar pelo ousado, o que a leva a confrontos constantes com as normas estabelecidas da sociedade. Depois de perder a mãe em um incidente trágico, Estella cresce nas ruas de Londres, vivendo de pequenos roubos ao lado de seus amigos Jasper e Horace. Com o tempo, ela decide perseguir seu sonho e entra para o mundo da moda, atraindo a atenção da Baronesa Von Hellman, uma renomada estilista e ícone da moda. No entanto, ao trabalhar ao lado da Baronesa, Estella descobre segredos obscuros e, aos poucos, se transforma em Cruella de Vil, uma figura implacável e excêntrica que busca vingança e poder no mundo da moda.
A Jornada de Estella para se Tornar Cruella
A transformação de Estella em Cruella é um dos pontos centrais da narrativa. Inicialmente, ela é uma jovem com ideais simples e paixões intensas, mas que enfrenta rejeição e traições que a impulsionam a construir uma nova identidade. A influência da Baronesa Von Hellman desempenha um papel significativo nessa transição, pois a rivalidade entre as duas desencadeia uma série de eventos que levam Estella a abraçar seu lado mais ousado e destemido. Essa metamorfose não apenas reflete seu desejo de vingança, mas também representa sua libertação das expectativas impostas pela sociedade.
A conexão entre Estella e Cruella, assim como o processo psicológico que leva à criação de sua persona, é desenvolvido com camadas profundas, revelando as feridas e as motivações da personagem. Com um tom mais sombrio, o filme investiga questões de identidade, ambição e as consequências de se desafiar padrões sociais. A construção de Cruella vai muito além de uma simples vilã; ela é a expressão máxima da rebeldia e da liberdade, personificada em uma estética punk e cheia de atitude.
Data de Lançamento e Recepção
Cruella foi lançado nos cinemas e na plataforma Disney+ em 28 de maio de 2021, trazendo um frescor ao catálogo de live-actions da Disney. O lançamento duplo permitiu que o público global acessasse o filme, tornando-se um sucesso de bilheteria e em streaming. Em um cenário ainda marcado pelas restrições da pandemia, o lançamento de Cruella foi um dos mais aguardados do ano, sendo recebido com entusiasmo por aqueles que buscavam entretenimento e inovação.
A crítica especializada elogiou a abordagem visual e a ousadia da narrativa. Embora alguns questionassem a tentativa de humanizar uma das vilãs mais cruéis da Disney, a maioria celebrou o filme como um exemplo de reinvenção bem-sucedida. A estética vibrante, os figurinos elaborados e a atuação de Emma Stone foram amplamente destacados, consolidando o filme como uma das produções mais impactantes de 2021.
Elenco: A Transformação de Emma Stone e o Papel de Emma Thompson
Emma Stone assume o papel de Cruella com uma performance impressionante, trazendo complexidade e carisma a uma personagem já conhecida e temida pelo público. Sua interpretação de Estella, e posteriormente de Cruella, é cheia de nuances, refletindo a evolução de uma jovem idealista para uma figura implacável e calculista. Stone equilibra perfeitamente o lado sombrio de Cruella com momentos de vulnerabilidade, o que faz o público simpatizar com sua jornada, mesmo quando suas ações se tornam questionáveis.
Ao lado de Stone, Emma Thompson interpreta a Baronesa Von Hellman, uma estilista de personalidade forte, que se torna a grande antagonista do filme. Thompson entrega uma atuação poderosa, personificando uma figura elitista e cruel que não mede esforços para manter seu domínio no mundo da moda. A dinâmica entre as duas personagens é um dos pontos altos do filme, criando uma batalha de vontades e uma rivalidade digna das grandes telas.
Além das duas protagonistas, Joel Fry e Paul Walter Hauser interpretam Jasper e Horace, os amigos e cúmplices de Cruella, adicionando um toque de humor e lealdade à narrativa. Ambos os personagens são representados com afeto e humor, contribuindo para o desenvolvimento da personagem principal e oferecendo momentos de leveza em meio ao drama e à vingança.
A Estética Punk e o Mundo da Moda
O visual de Cruella é uma verdadeira homenagem à moda e ao estilo punk dos anos 70. Com figurinos assinados por Jenny Beavan, premiada com o Oscar, o filme apresenta uma coleção de roupas que se destacam pela criatividade e ousadia. Cada peça foi meticulosamente desenhada para refletir a personalidade de Cruella, desde seu lado excêntrico até sua capacidade de desafiar o convencional. A moda não é apenas um pano de fundo para a história, mas um elemento essencial que impulsiona a narrativa e expressa o crescimento da personagem.
Os desfiles e confrontos entre Cruella e a Baronesa são espetáculos visuais que capturam o espírito da época e a essência do movimento punk. Ao explorar a moda como uma forma de expressão e poder, o filme estabelece um vínculo entre estilo e identidade, mostrando que as roupas podem ser uma extensão da personalidade de alguém. Assim, Cruella redefine o conceito de moda, utilizando-a como uma ferramenta de protesto e autodefinição.
Temas Centrais e o Significado da Rebeldia
Cruella é um filme que vai além de sua estética. A obra explora temas como ambição, identidade e vingança, trazendo à tona questionamentos sobre moralidade e o custo de perseguir nossos objetivos. A personagem principal é movida por uma combinação de traumas e aspirações, que a levam a se transformar em alguém totalmente novo. Dessa forma, a história de Cruella fala sobre a jornada de se aceitar e se reinventar, mesmo quando o caminho para isso é turbulento.
O filme aborda ainda as complexidades da amizade e lealdade, especialmente na relação entre Cruella, Jasper e Horace. Embora ela frequentemente se coloque à frente dos amigos, a lealdade deles é essencial para seu crescimento e sucesso. Essa dinâmica traz profundidade à narrativa e destaca a importância das conexões humanas, mesmo em meio a um cenário de vingança e rivalidade.
Repercussão e o Futuro da Personagem
Após o sucesso de Cruella, a Disney já começou a considerar uma possível sequência para a história da vilã, algo que empolgou tanto fãs quanto críticos. A recepção positiva do filme demonstra o interesse do público em narrativas que desafiem convenções e apresentem lados não explorados de personagens tradicionais. A transformação de Cruella de Vil em uma protagonista complexa e cativante abre portas para novas histórias e adaptações que exploram as múltiplas facetas de suas vilãs clássicas.
Embora ainda não tenha sido confirmado oficialmente, a possibilidade de uma sequência pode explorar novas aventuras de Cruella em seu caminho para se tornar uma lenda da moda. Seja qual for o futuro da personagem, é evidente que o filme estabeleceu uma base sólida para continuar desenvolvendo a história de Cruella de forma cativante e inovadora.
Uma Reflexão Sobre o Impacto de Cruella
Cruella trouxe uma abordagem fresca e diferenciada para o universo Disney, mesclando moda, arte e psicologia de uma forma única. Ao humanizar e transformar uma vilã clássica em uma figura digna de empatia, o filme reflete como as narrativas contemporâneas podem desafiar o público a ver além do maniqueísmo. A obra não só redefine o papel da vilã, mas também ressalta a importância de se expressar e de lutar pelo que se acredita, mesmo que isso signifique ir contra a maré.
A jornada de Estella para se tornar Cruella é uma lição sobre identidade e autenticidade, lembrando-nos de que a rebeldia e a autoexpressão são caminhos legítimos para quem busca se libertar das expectativas alheias. Com isso, Cruella marca um novo capítulo na história das vilãs da Disney e redefine o que significa ser uma anti-heroína no século XXI.

Bruno Revelant é o autor e idealizador do Guia do Filme, um site dedicado ao universo do cinema, oferecendo resenhas, críticas, curiosidades e informações sobre produções de diversos gêneros e épocas. Apaixonado pela sétima arte, Luiz Carlos transformou seu interesse por filmes em uma plataforma acessível e informativa, onde compartilha análises detalhadas e sugestões para cinéfilos de todos os gostos. Com uma linguagem envolvente e crítica apurada, ele busca ajudar os leitores a descobrir novas produções e clássicos inesquecíveis, fazendo do Guia do Filme uma referência para quem procura inspiração na hora de escolher o que assistir.